Descubra a verdade por trás dos mitos persistentes que cercam o conflito global mais significativo da história.

<p>A <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> é um evento monumental que moldou o curso da história moderna. No entanto, apesar de toda a atenção e análise que recebeu ao longo dos anos, <strong>ainda persistem muitos equívocos</strong> sobre os eventos que se desenrolaram durante esse período. Conheça seis mitos que ainda persistem sobre esse conflito histórico.</p><h2>1. O ataque a Pearl Harbor e o envolvimento dos EUA</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20215516615315.jpg" alt="Ataque a Pearl Harbor. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ataque a Pearl Harbor. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120575-o-ataque-a-pearl-harbor-na-visao-de-um-sobrevivente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataque a Pearl Harbor</a>, em 7 de dezembro de 1941, foi um evento catastrófico que pegou os Estados Unidos de surpresa e teve um impacto significativo na decisão do país de entrar na guerra. No entanto, é importante notar que as tensões entre os Estados Unidos e o Japão já vinham se acumulando devido à expansão agressiva do Japão na Ásia. Além disso, os Estados Unidos estavam fornecendo apoio material significativo aos Aliados, especialmente à Grã-Bretanha, por meio do programa Lend-Lease, antes mesmo do ataque a Pearl Harbor.</p><h2>2. O papel das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20215809499316.jpg" alt="Bomba atómica. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Bomba atómica. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Embora os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki</a> tenham sido eventos devastadores que desempenharam um papel na rendição do Japão, eles não foram os únicos fatores que levaram a essa decisão. Os bombardeios convencionais dos Aliados já haviam causado uma destruição significativa no Japão, e a iminente entrada da União Soviética na guerra contra o Japão também pressionou o governo japonês a buscar um fim rápido ao conflito.</p><h2>3. Unidade dos Estados Unidos durante a guerra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220112255318.jpg" alt="Os Estados Unidos enfrentaram divisões internas sobre a participação no conflito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os Estados Unidos enfrentaram divisões internas sobre a participação no conflito. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Apesar do discurso de unidade nacional, os Estados Unidos enfrentaram divisões internas durante a Segunda Guerra Mundial. Grupos de isolacionistas, liderados por figuras como o aviador Charles Lindbergh, se opuseram fortemente à entrada do país na guerra, argumentando que os Estados Unidos deveriam se concentrar em questões domésticas. Além disso, a comunidade japonesa-americana foi alvo de discriminação e internação, refletindo tensões internas dentro do país.</p><h2>4. Ocupação da França pelos nazistas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220502848319.jpg" alt="Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Um mito comum sobre a ocupação da França durante a Segunda Guerra Mundial é que os franceses aceitaram passivamente a presença nazista, sem resistência significativa. No entanto, a realidade é diferente. Durante esse período, os franceses responderam com resistência ativa, incluindo movimentos clandestinos e atos de sabotagem, desafiando ativamente a autoridade nazista e colaboracionista.</p><h2>5. O slogan "Keep Calm and Carry On"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220650196320.jpg" alt="Slogan "><figcaption>Slogan "Keep Calm and Carry On". (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Embora o slogan "Keep Calm and Carry On" seja frequentemente associado à resistência britânica durante a Segunda Guerra Mundial, ele foi criado como parte de uma campanha de propaganda de emergência do governo britânico. Na realidade, o slogan não foi amplamente utilizado durante a guerra e só ganhou popularidade décadas depois, como um ícone da cultura britânica.</p><h2>6. Teorias da sobrevivência de Hitler</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20220846903321.jpg" alt="Adolf Hitler. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Adolf Hitler. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Apesar das especulações persistentes sobre a sobrevivência de Hitler, as evidências históricas e forenses confirmam que Hitler morreu no Fuhrerbunker, em Berlim, em abril de 1945. Os exames detalhados, incluindo análises dentárias, foram conduzidos nos restos mortais encontrados no local, e testemunhas de seu círculo interno também confirmaram sua morte e o enterro de seu corpo. Essas evidências robustas refutam especulações sobre sua fuga e sobrevivência após o fim da Segunda Guerra Mundial.</p>

large_GettyImages-10158911.jpg

medium_GettyImages-10158911.jpg

small_GettyImages-10158911.jpg

thumbnail_GettyImages-10158911.jpg

GettyImages-10158911.jpg

Desmistificando 6 equívocos persistentes sobre a Segunda Guerra Mundial

Há 60 anos, o Brasil entrava no pior período de sua história: a brutal ditadura.

<p>A antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz disse que existe um desejo do brasileiro em ver a ditadura militar como uma utopia que melhoraria a economia, estabilidade e a segurança. Segundo ela, isso acontece porque o brasileiro tem "uma mania de projetar a responsabilidade por suas desgraças", e um governo militar é a melhor maneira de fazer isso. Afinal, o autoritarismo e a falsa sensação de distância cimentam perfeitamente a necessidade em se eximir da culpa.</p><p>Em uma entrevista à <i>BBC News</i>, em 2018, o especialista em estudos sobre a ditadura militar, Carlos Fico explicou que negar a ditadura é uma idiotice sem tamanho.&nbsp;</p><p>“O que acho mais significativo, em termos da sociedade brasileira, é que muita gente diz que, naquele tempo, as coisas eram melhores. Não negam que houve uma ditadura, ao contrário, dizem que era até melhor”, comentou ele ao jornal. “Isso acontece porque a memória que se construiu no Brasil sobre a ditadura não é uma memória traumática como foi, por exemplo, na Argentina. Lá, a repressão foi muito visível. Pessoas eram mortas nas ruas, às vistas de todos”.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092045379049.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Tornou-se comum que pessoas neguem o horror que foi a ditadura militar brasileira. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Carlos Fico ainda completa que o problema da Lei da Anistia é que ela não deu uma grande visibilidade à repressão e, uma vez que não houve essa memória traumática da ditadura, somou-se à longa tradição brasileira de conciliação que existe na nossa política. O fato de os militares e civis que violaram os direitos humanos nunca terem sido julgados tornou o fim da ditadura militar uma transição macia, praticamente inconclusa, como se o período não tivesse existido – ou pior, não tivesse sido tão ruim.</p><p><strong>Nesses 60 anos do Golpe, essas são as 4 datas mais marcantes da história da Ditadura Militar no Brasil</strong>.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118211-ditadura-militar-como-e-por-que-aconteceu-o-golpe-de-1964.htm"><strong>Ditadura Militar: como e por que aconteceu o Golpe de 1964?</strong></a></li></ul><h2>1. 9 de abril de 1964</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092302659050.jpeg" alt="(Fonte: Forças Terrestres/Reprodução)"><figcaption>Tanques de guerra dominaram o Rio de Janeiro de 1964.(Fonte: Forças Terrestres/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Na terça-feira de 31 de março de 1964, a Quarta República (1946-1964), sob a gestão de João Goulart, foi desmantelada quando as Forças Armadas enviaram tanques e tropas para o Rio de Janeiro, não apenas como forma de demonstrar a força militar, mas também para assegurar algum tipo de resistência por parte dos apoiadores de Jango. Ali concretizava-se o golpe militar, após um período de grande agitação política em que foi estabelecida a ideia por parte dos setores conservadores da sociedade de que o alinhamento político do então presidente estava carregado de um cunho socialista ou comunista.</p><p>Isso foi parte de um aparato desenvolvido pelos Estados Unidos sobre os países da América Latina, temendo uma suposta expansão das ideias consideradas comunistas, visto que seu embate era cada vez maior contra a então União Soviética.</p><p>Assim que Jango partiu para seu exílio no Uruguai e uma Junta Militar, autodenominada Comando Supremo da Revolução, assumiu o poder do país, em 9 de abril de 1964, foi implementado o AI-1, o primeiro decreto-lei de uma série de Atos Institucionais que serviram para legitimar de todas as maneiras o aparato da ditadura.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092535221052.jpg" alt="O presidente militar Castelo Branco. (Fonte: Mundo Educação/Reprodução)"><figcaption>O presidente militar Castelo Branco. (Fonte: Mundo Educação/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Descrito pelos juristas Carlos Medeiros da Silva e Franciso Campos, o AI-1 foi responsável por empossar ilegalmente o militar Humberto de Alencar Castelo Branco como presidente por meio de eleições indiretas. O ato também garantiu que o Governo Militar estabelecesse uma série de ações que caracterizaram a transição do Brasil para um Estado autoritário, como a suspensão dos direitos do Judiciário, a concessão aos militares de cassar mandatos de deputados, a suspensão dos direitos políticos por até 10 anos e o afastamento de servidores públicos que fossem considerados "uma ameaça à segurança nacional".</p><ul><li><strong>Leia mais </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119063-ditadura-militar-no-brasil-6-mentiras-contadas-sobre-o-regime.htm"><strong>Ditadura Militar no Brasil: 6 mentiras contadas sobre o regime</strong></a></li></ul><p>Em 2013, a Comissão da Verdade confirmou que a ratificação do AI-1 permitiu que 50 mil pessoas fossem detidas só no ano do Golpe, dos quais 600 ficaram em navios da Marinha e estádios de futebol, que serviram como centros de detenção temporários. Essas pessoas eram de sargentos a sindicalistas, que foram vítimas da denominada Operação Limpeza, perseguidos pelas Comissões Especiais de Inquérito e de Inquéritos Policiais Militares (os famosos IPMS), responsáveis por expurgos na administração pública baseados em um completo desprezo pelas regras da Justiça.</p><p>As historiadoras Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling estimam que 4.841 pessoas perderam seus direitos políticos ou foram cassadas, aposentadas ou demitidas só pelas regras do AI-1, que teve como alvo 2.990 cidadãos. Nos quartéis, os expurgos do IPMS lançaram para a reserva cerca de 1.313 militares.&nbsp;</p><p>Mas esse era só o começo da ditadura.</p><h2>2. 28 de março de 1968</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092730240053.jpg" alt="O jovem Edson Luís tinha 18 anos quando foi assassinado pela ditadura. (Fonte: A Verdade/Reprodução)"><figcaption>O jovem Edson Luís tinha 18 anos quando foi assassinado pela ditadura. (Fonte: A Verdade/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Às 18h, uma quinta-feira, de 28 de março de 1968, cerca de 25 policiais militares invadiram o restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro, onde jantavam 300 alunos no momento. O intuito da blitz era coibir qualquer sinal de protesto de alguns estudantes que reivindicavam a aceleração e o término das obras do local, além de melhores condições de higiene, a garantia de uma alimentação com qualidade e, principalmente, que todos os estudantes pudessem ter acesso ao restaurante.</p><p>No ano anterior, o estabelecimento havia sido demolido para dar lugar a um trecho rodoviário no Aterro do Flamengo e, por isso, passou a ser reconstruído em outro local. Depois que reabriu, o Calabouço estava inacabado a ponto de estar com chão de terra, e em vez de tomarem providências, as autoridades se mobilizaram em selecionar os usuários a fim de evitar que "elementos estranhos" se infiltrassem nas dependências do restaurante.</p><p>Para desarticular o protesto, os policiais efetuaram disparos contra os jovens, e um deles atingiu em cheio o peito do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, de apenas 18 anos. Natural de Belém, no Pará, Edson era extremamente pobre e estava em busca de uma vida melhor no Rio. Estudante do Instituto Cooperativa de Ensino, ao lado do Calabouço, ele fazia bicos de faxineiro e também dormia no local. Ele foi morto defendendo o local, que era a única casa que conhecia nos dois meses que estava na cidade.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01092916204054.jpg" alt="Milhares de pessoas compareceram ao velório de Edson Luís. (Fonte: GZH Política/Reprodução)"><figcaption>Milhares de pessoas compareceram ao velório de Edson Luís. (Fonte: GZH Política/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os estudantes não permitiram que os policiais conduzissem o corpo de Edson para o Instituto Médico-Legal (IML), então o levaram para a Santa Casa de Misericórdia. Ao ser confirmada a morte de Edson, seu corpo foi encaminhado para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Ali começava o capítulo de maior expressão social na história da ditadura militar brasileira – e também o pior.</p><p>O assassinato de Edson Luiz causou um furor popular que a ditadura ainda não havia testemunhado. O velório do jovem foi acompanhado por 50 mil pessoas que cantaram o hino nacional e também entoaram gritos de protesto do tipo: “Um estudante foi assassinado, poderia ser seu filho”, “Bala mata fome?” e “Os velhos no poder, os jovens no caixão”.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42681-ditadura-no-brasil-conheca-alguns-fatos-que-deixaram-cicatrizes-no-pais.htm"><strong>Ditadura no Brasil: conheça alguns fatos que deixaram cicatrizes no país</strong></a></li></ul><p>A missa de sétimo dia, realizada na igreja da Candelária, se transformou em uma espécie de protesto nacional, gerando prisões e mortes de outros estudantes em diferentes estados do país pelas mãos dos agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e soldados da PM que procuravam dispersar e prender quem chegava para a cerimônia.&nbsp;</p><p>As pessoas foram cercadas e atacadas com sabes, cassetetes e gás lacrimogêneo por um efetivo de 20 mil homens do Exército, 10 mil da cavalaria da PM, 1.200 da Guarda Civil, e mais 400 detetives da Secretaria de Segurança. Dezenas de pessoas ficaram feridas, sendo que 580 foram levadas a fortaleza de Santa Cruz, em Niterói.</p><h2>3. 26 de junho de 1968</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093038368055.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodução)"><figcaption>A Passeata dos Cem Mil só aconteceu por pressões internacionais contra a ditadura brasileira. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Após a missa de sétimo dia, o movimento estudantil inflamado recuou, em grande parte devido às medidas policiais e pelas disposições repressivas contidas na Instituição nº 177. As manifestações voltaram, no entanto, na última semana de maio, ganhando força e proporção ao longo das semanas, até 21 de junho, quando a avenida Rio Branco no Rio se tornou um campo de batalha. A participação expressiva de trabalhadores, descontentes com a política salarial do governo e a repressão que sofriam, trouxe milhares de policiais, em um confronto que deixou centenas de feridos, causou mil prisões e 28 mortos. O episódio ficou conhecido como Sexta-feira Sangrenta.</p><p>Devido à pressão internacional por ter violado direitos humanos e em uma forma de contenção de danos para passar uma falsa sensação de segurança, as autoridades militares permitiram que fosse feita uma manifestação de grande proporção que demonstraria a insatisfação pública com a ditadura.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093150114056.jpg" alt="(Fonte: Ensinar História/Reprodução)"><figcaption>A greve dos Cem Mil foi pacífica. (Fonte: Ensinar História/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Assim aconteceu, em 26 de junho de 1968, a Passeata dos Cem Mil, no Centro do Rio. A marcha foi acompanhada por 10 mil PMs, sob cartazes e faixas com dizeres do tipo: “O povo organizado derruba a ditadura”. A manifestação durou 3 horas e de maneira pacífica, terminando diante do palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa carioca.</p><p>Logo em seguida, os militares fizeram seu trabalho em perseguir vários estudantes, inclusive o líder da passeata, Vladimir Palmeira. À medida que cresceram as manifestações, também fez se levantar a ala mais radical do sistema e pressionar o presidente Costa e Silva a decretar um novo Ato Institucional que pudesse coibir de vez as manifestações públicas. A princípio, o chefe de Estado se recusou e até conseguiu evitar a medida, mas acabou sofrendo um "golpe dentro do golpe" quando os ministros militares da Junta Militar assumiram a Presidência da República após ele ficar doente.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119824-milagre-economico-como-o-brasil-cresceu-na-ditadura-.htm"><strong>“Milagre Econômico”: como o Brasil “cresceu” na ditadura?</strong></a></li></ul><p>A promulgação do Ato Institucional 5 (AI-5) fez o Brasil se ajoelhar de vez para a repressão absoluta. Começavam ali os "anos de chumbo" e a ascensão das casas de tortura, onde pessoas foram aprisionadas e mortas. Uma prospecção da Human Right Watch (HRW) estimou que pelo menos 20 mil pessoas foram torturadas durante a ditadura militar no Brasil.</p><h2>4. 12 de maio de 1978</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093401374057.jpg" alt="(Fonte: Fundação Perseu Abramo/Reprodução)"><figcaption>As greves do ABC iniciaram um novo ciclo na história social. (Fonte: Fundação Perseu Abramo/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>No final de 1973, o Brasil já havia testemunhado perseguições, mortes, tortura, censura extrema e até mesmo um crescimento econômico que lançou o país, então nas mãos de Emilio Médici, para um status irreal de potência mundial. Extremamente endividado, inadimplente e sobrevivendo de empréstimos externos, o Brasil acumulava uma dívida de US$ 90 bilhões, tendo que lidar com produtos internos a preços vertiginosos de tão altos. Havia chegado a conta do milagre econômico de Médici: a economia brasileira entrou na pior crise de todos os tempos.</p><p>Nos últimos momentos da década de 1970, quando Ernesto Geisel já ditava o poder, a sociedade, então de joelhos, decidiu se erguer contra o aparato esmagador da ditadura militar diante das circunstâncias em que estavam. O Índice de Gini, responsável por medir a concentração de renda de um país, alcançou o pior nível da história no ano anterior, batendo 0,62. Isso evidenciou que a riqueza estava ainda mais nas mãos dos ricos, enquanto a camada pobre da população se precarizava econômica e socialmente.</p><p>Sendo assim, em 12 de maio de 1978, aconteceu um movimento grevista nas fábricas de caminhões da Saab-Scania, em São Bernardo do Campo, São Paulo, quando cerca de 2 mil metalúrgicos cruzaram os braços pela reivindicação de 20% de aumento salarial. Era o início do maior ciclo de greves da história do Brasil, reunindo cerca de 150 mil trabalhadores.</p><ul><li><strong>Leia mais: </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124859-a-linha-dura-da-ditadura-brasileira-quase-deu-outro-golpe-em-1977.htm"><strong>A linha-dura da ditadura brasileira quase deu outro golpe em 1977</strong></a></li></ul><p>Em 14 anos de ditadura até aquele momento, foi a primeira vez que houve uma mobilização política e social tão forte contra o governo militar em busca da redemocratização. E no centro dessa cena, em meio a alguns líderes e porta-vozes do movimento, estava o pernambucano Luís Inácio da Silva, que ficaria conhecido como Lula, o futuro (e atual) Presidente da República.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/01/01093540124058.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>A memória do que foi a ditadura militar brasileira precisa ser lembrada. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O clima de efervescência política dominou todos os aspectos do país. Havia briga por organização partidária, por democracia, por melhores condições de trabalho, e também cada vez mais denúncias e mobilizações contra as atrocidades cometidas pelo governo de Geisel e de todos seus antecessores. Até que, diante de uma pressão imensa da população e dos movimentos contrários ao regime, em 1 de janeiro de 1979, foi revogado diversos decretos-lei, inclusive o notório AI-5.</p><p>Diante disso, concretizava-se uma famosa frase do polímata francês Gustave Le Bon: “o poder de um ditador não passa de uma ficção, disseminado entre numerosos subditadores anônimos e irresponsáveis cuja tirania e corrupção não tardam a se tornar insuportáveis”. A ditadura militar no Brasil sucumbiu oficialmente em 15 de março de 1985, quando o presidente João Baptista Figueiredo entregou o cargo.</p>

large_60-anos-do-golpe-4-datas-mais-importantes-da-ditadura-militar-no-brasil-thumb.png

medium_60-anos-do-golpe-4-datas-mais-importantes-da-ditadura-militar-no-brasil-thumb.png

small_60-anos-do-golpe-4-datas-mais-importantes-da-ditadura-militar-no-brasil-thumb.png

thumbnail_60-anos-do-golpe-4-datas-mais-importantes-da-ditadura-militar-no-brasil-thumb.png

60-anos-do-golpe-4-datas-mais-importantes-da-ditadura-militar-no-brasil-thumb.png

60 anos do Golpe: 4 datas mais importantes da Ditadura Militar no Brasil

Em um episódio catastrófico, a provocação de um soldado romano foi o estopim de um confronto que culminou na morte de mais de 10 mil pessoas.

<p>Há momentos históricos lembrados pelo seu impacto em outras gerações, mas também pelo estranhamento que despertam.</p><p>Sabemos desde muito jovens que há diversas formas de provocar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/109475-confira-13-fatos-e-curiosidades-sinistros-relacionados-com-a-raiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ira</a> de uma pessoa, por qualquer que seja o motivo, mas há uma regra que costuma permear as relações humanas: quanto mais infantil for o gesto, menor é o risco dele gerar consequências. Mas, no período em que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127025-poncio-pilatos-o-governador-romano-que-condenou-jesus-a-cruz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">judeus</a> foram dominados pelos romanos, esse raciocínio não foi sempre aplicado.</p><h2>Um período em que as diferenças eram toleradas – mas só até certo ponto</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18005206004000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os judeus tentaram se opor ao Império Romano em diversas ocasiões. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Os judeus, assim como outros povos, foram abrangidos pela expansão dos domínios do Império Romano, que durante o primeiro século estava além do sul da Europa, passando pelo norte da África e em porções do Oriente Médio que eram mais próximas ao contorno do mediterrâneo, incluindo a cidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118794-por-que-jerusalem-nao-e-a-capital-de-israel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jerusalém</a>.</p><p>Os povos dominados não viam os romanos com bons olhos, mas para muitos deles não havia escolha a não ser tolerar os soldados, pagar impostos e acatar as ordens recebidas. Ainda assim, apesar do poder ser dado como garantido, alguns eventos mostravam o ar de animosidade que se propagava no dia a dia.</p><p>Segundo o relato do antigo historiador Flávio Josefo, poucos anos antes que <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128328-4-figuras-historicas-pervertidas-e-malucas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nero</a> assumisse o poder e a instabilidade do Império se tornasse evidente, ocorria um evento em Jerusalém. E ali, <strong>próximo ao templo da cidade, um soldado romano se virou de costas, deixou suas nádegas à mostra e disparou palavras ofensivas</strong> – tudo isso para apreciação dos judeus, que estavam em grande número.</p><p>Essa provocação universal, ou melhor, esse peido, foi levado bem a sério. Em questão de instantes, um grande confronto ganhou forma – mais um dos muitos ocorridos naquele primeiro século, vale dizer. Nesse relato, em específico, fica evidente que aquele dia foi terrível. Foi como se Marte, o deus da guerra, tivesse lançado uma faísca.</p><h2>Uma faísca de fúria atingiu a multidão e disseminou o caos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19020110480006.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Flávio Josefo documentou diversos eventos históricos. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>"Com isso, toda a multidão ficou indignada e pediu a Cumano (governador romano) para que ele punisse o soldado; enquanto a parte mais imprudente da juventude, aquela que era naturalmente a mais tumultuada, começou a lutar, pegou pedras e as jogou nos soldados. Cumano temeu que todo o povo o atacasse, e mandou chamar mais homens armados."</p><p>Flávio Josefo ainda detalha como tudo acabou: "os judeus ficaram muito consternados; e sendo expulsos do templo, correram para a cidade; e a violência com que se aglomeraram para sair foi tão grande que se atropelaram uns aos outros e se apertaram, até que dez mil deles foram mortos, de modo que esta festa dos pães ázimos se tornou motivo de luto para toda a nação."</p><p>Ou seja, o que ficou registrado para a posteridade é espantoso: pelo menos dez mil pessoas acabaram mortas a partir dessa provocação — o que, dentro de um ponto de vista absurdo, mas não de todo errado, torna esse <strong>o </strong><a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/69525-5-curiosidades-sobre-o-pum-que-voce-talvez-desconheca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><strong>peido</strong></a><strong> mais mortal da história</strong>. Isoladamente, esse "estopim", considerado cômico por tantas vezes, desdobrou-se num episódio de terror generalizado.</p><p>De toda forma, trata-se de um acontecimento bastante infeliz que mostra como o domínio pelos romanos definitivamente não foi aceito pelos judeus. Mesmo durante um dos momentos em que o Império apresentou sua maior extensão territorial, em meio a tensões que se acumulavam, qualquer gesto poderia gerar efeitos desastrosos.</p>

large_Arc_de_Triumph_copy.jpg

medium_Arc_de_Triumph_copy.jpg

small_Arc_de_Triumph_copy.jpg

thumbnail_Arc_de_Triumph_copy.jpg

Arc_de_Triumph_copy.jpg

A história do pum de um soldado romano levou à morte de 10 mil judeus

Seja pela ação direta ou indireta do homem, alguns lugares incríveis do mundo simplesmente deixaram de existir.

<p>O que não falta no mundo são lugares para serem conhecidos, explorados e desvendados, certo? A lógica faz sentido, menos para os locais destacados abaixo, já que, por diferentes razões, eles não existem mais.</p><p>Em comum, é possível afirmar que a ação humana contribuiu para que estes pontos não estivessem mais acessíveis. Seja de maneira direta ou pelas consequências das <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128284-7-doencas-que-podem-aumentar-devido-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mudanças climáticas</a> que o planeta enfrenta desde que o ser humano tomou as rédeas do mundo, você só encontrará estas localizações nos livros de história — ou em nosso texto. Confira.</p><h2>1. Salto das Sete Quedas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19200728469002.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>O Salto das Sete Quedas foi submerso durante a ditadura militar. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><p>Inauguramos essa lista com um lugar lindo, localizado na divisa entre o Brasil e o Paraguai. Conhecida do lado brasileiro como Salto de Sete Quedas, tratava-se das maiores cachoeiras do mundo em volume de água. De acordo com estimativas da época, eram cerca de 13,3 mil metros cúbicos de água por segundo — o dobro do registrado nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119510-cataratas-do-niagara-as-2-vezes-em-que-as-quedas-secaram.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cataratas do Niágara</a>, a título de curiosidade.</p><p>Durante a Ditadura Militar do Brasil, nosso governo e o paraguaio se uniram para a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Para que isso fosse possível, foi determinado, em 1966, a submersão do Salto de Sete Quedas, concluída no ano de 1982, dando origem ao Lago de Itaipu.</p><h2>2. Rungholt</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19201715489004.jpg" alt="(Fonte: Johannes Gutenberg University Mainz/Reprodução)"><figcaption>Rungholt acabou submersa por conta de uma tempestade. (Fonte: Johannes Gutenberg University Mainz/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Um lugar não ganha a alcunha de "<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/125419-rungholt-cidade-que-submergiu-ha-mais-de-600-anos-e-encontrada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atlântida alemã</a>" à toa. Por séculos, a história de uma cidade na costa norte da Alemanha que sumira do mapa ao ser tragada pelas águas foi nada além de um mito. Porém, a descoberta de vestígios de construções semelhantes a um porto comercial, em 2023, mostraram que Rungholt realmente existiu.</p><p>Pesquisadores apontam que uma forte tempestade atingiu a região no ano de 1362, fazendo com que a cidade ficasse submersa. O local, em virtude do caráter portuário, era de fartura e riqueza, o que alimentou as teorias de que um castigo divino teria selado o fim de Rungholt.</p><h2>3. Doggerland</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19202637924005.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Doggerland foi engolida por um tsunami. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><p>Doggerland é o nome de um jogo de videogame, mas antes disso foi uma região localizada na costa leste da Grã-Bretanha que foi engolida por um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117049-ilhas-perdidas-sobreviveram-a-megatsunami-ha-8-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tsunami</a>. Se hoje as pessoas olham e não creem na possibilidade de que naquele pedaço de oceano havia terra firme, há cerca de 12 mil anos era diferente.</p><p>Uma área aproximada de 46 mil quilômetros quadrados, batizada de Doggerland, era habitada por caçadores-coletores, que ali colhiam avelãs, frutas vermelhas e outros alimentos. Além do tsunami, ocorrido há 8 mil anos, Doggerland foi afetada pelo derretimento de grandes geleiras, que já haviam feito as porções de terra ficarem submersas. Os primeiros vestígios de que naquela região do Mar do Norte realmente houve terra e vida apareceram em 1931.</p><h2>4. Ponte Terrestre de Bering</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19203231761006.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Uma ligação entre a América do Norte a Ásia simplesmente sumiu do mapa. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><p>Há milhares de anos, uma porção de terra ligava a América do Norte à Ásia, em uma região localizada entre o rio Lena, na Rússia, e o rio Mackenzie, no Canadá.</p><p>A Ponte Terrestre de Bering, como foi nomeada pelos cientistas, teria sido o ponto de chegada dos seres humanos nas Américas, quando o nível do mar baixou e permitiu a travessia terrestre. Pesquisas recentes demonstraram que essa possibilidade ocorreu há 35.700 anos, durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120156-5-fatos-que-voce-provavelmente-nao-sabia-sobre-a-era-do-gelo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era do Gelo</a>, e durou menos tempo do que se imaginava.</p><h2>5. Rio Irharhar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19204254315010.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>O rio Irharhar, no deserto do Saara, foi soterrado. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><p>Pode ser surpreendente, mas o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128079-4-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-o-deserto-do-saara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">deserto do Saara</a>, famoso por suas longas, quentes e secas areias, já foi bastante diferente. Entre 130.000 e 100.000 anos atrás, essa árida porção do continente africano abrigava o rio Irharhar, responsável por criar uma região apontada como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116313-saara-o-maior-deserto-do-mundo-pode-ficar-cheio-de-vida-novamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">detentora de flora e fauna exuberantes</a>.</p><p>Pesquisas recentes sugerem que o rio tenha tido importante papel na migração humana, servindo de corredor para que antepassados deixassem o continente. Isso, é claro, antes de ser soterrado e virar o famoso monte de areia.</p>

large_Guayra_-_Estrangulamento_do_Rio_Paraná_no_Salto_das_Sete_Quedas,_na_fronteira_Brasil-Paraguai_(3).jpg

medium_Guayra_-_Estrangulamento_do_Rio_Paraná_no_Salto_das_Sete_Quedas,_na_fronteira_Brasil-Paraguai_(3).jpg

small_Guayra_-_Estrangulamento_do_Rio_Paraná_no_Salto_das_Sete_Quedas,_na_fronteira_Brasil-Paraguai_(3).jpg

thumbnail_Guayra_-_Estrangulamento_do_Rio_Paraná_no_Salto_das_Sete_Quedas,_na_fronteira_Brasil-Paraguai_(3).jpg

Guayra_-_Estrangulamento_do_Rio_Paraná_no_Salto_das_Sete_Quedas,_na_fronteira_Brasil-Paraguai_(3).jpg

Salto das Sete Quedas, rio Irharhar e outros 5 lugares do mundo que deixaram de existir

Mulher aborígene do noroeste da Tasmânia, Tarenorerer tornou-se um dos soldados mais temidos da guerra.

<p>Assim como muitas histórias de povos indígenas, as de Tarenorerer também foram rejeitadas pelos colonizadores por muitos anos — fazendo com que suas lendas se perdessem no tempo. Porém, um fato nunca se apaga: essa feroz guerreira aborígene lutou bravamente contra os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120638-como-os-colonizadores-trouxeram-doencas-para-a-america.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colonizadores</a> da Tasmânia, enquanto seu povo era massacrado para transformar sua terra em pastagens de ovelhas.</p><p>Nascida provavelmente em 1800, ela era membro do clã Tommeginne, que se juntou a pelo menos outros sete clãs da região para formar a Nação do Noroeste. Juntos, esses povos oprimidos batalharam incessantemente para tentar não ter sua história e cultura apagada.</p><h2>A criação de uma brava guerreira</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14015404963002.jpg" alt="(Fonte: Internet/Reprodução)"><figcaption>(Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><p>Os Tommeginne eram um grupo marítimo que dependia fortemente dos recursos costeiros para sobreviver. Enquanto os clãs do Noroeste subiam e desciam a costa com as estações, eles passavam a maior parte do tempo em Table Cape, uma península no noroeste da Tasmânia — uma grande ilha que faz parte da atual <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128168-por-que-existem-tantos-animais-venenosos-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austrália</a>.</p><p>Pouco se sabe sobre as crenças ou práticas espirituais aborígenes porque os colonos não registraram muito os costumes desse povo. Porém, sabemos que cada um dos cerca de 100 clãs da região tinha um animal designado como totem. Terenorerer cresceu nos últimos anos desse estilo de vida tradicional, uma vez que os europeus começaram a explorar a Oceania já em 1606 e de lá foram expandindo sua influência ao longo dos séculos.</p><p>Em algum momento antes de 1825, Tarenorerer foi uma das muitas mulheres sequestradas e escravizadas por caçadores de focas. Detida contra sua vontade durante anos, ela aprendeu inglês nesse meio tempo e também como usar uma arma. Enquanto ela era escravizada, os colonos vieram para a ilha para viver e limparam terras para suas ovelhas pastarem.&nbsp;</p><p>Isso rapidamente os colocou em conflito com os clãs que ocupavam a terra há gerações, o que eventualmente gerou a chamada Guerra Negra, em meados da década de 1820. <strong>Em 1828, ela escapou de seus escravizadores e tornou-se líder do Plairhekehillerplue, um clã que vivia ao redor da Baía de Emu</strong>. Como muitos clãs foram dizimados pela violência colonial no início de 1800, Plairhekehillerplue era provavelmente um conjunto de pessoas de muitos clãs diferentes.</p><h2>Lutando por sua história</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14015456851003.png" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>(Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><p>Em 1829, o vice-governador da Tasmânia, George Arthur, contratou um pregador e mestre construtor, chamado George Augustus Robinson, para tentar fazer as pazes entre os colonos e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120389-monte-augustus-a-rocha-sagrada-preservada-por-aborigenes-na-australia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">povo aborígene</a> da região. Mas o seu esforço em direção à paz foi tardio demais, uma vez que a população nativa já havia sido reduzida para 1 mil pessoas, de cerca de 6 a 10 mil que viviam na região em 1803.</p><p>É através dos relatos de Robinson que sabemos mais sobre Tarenorerer. Em 1830, ele registrou ter sido perseguido pelos membros do clã de Tarenorerer, que posteriormente seria capturada e levada para a Ilha dos Cisnes, onde alguns caçadores estavam estabelecidos. Evidentemente, ela se recusou a trabalhar para eles e um dia tentou matá-los enquanto navegava com o grupo.</p><p>Uma vez instalada na Ilha dos Cisnes, Tarenorerer começou a circular a história de que Robinson estava trazendo soldados para prender ou matar todos os aborígenes. Por isso, ela foi presa na Ilha Gun Carriage, onde foi mantida isolada para evitar maiores revoltas.</p><h2>Final trágico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14015536112004.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>(Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure><p>Neste período histórico, a gripe e outras doenças passaram a se espalhar rapidamente pelos assentamentos onde os aborígenes eram mantidos presos, e Tarenorerer foi uma de suas muitas vítimas. Segundo as tradições locais, ela deveria ter sido cremada ou enterrada nas areias fofas da praia, mas provavelmente não recebeu esse sepultamento por desrespeito dos colonos.</p><p>Robinson chegou a declarar que ficou "aliviado" quando ela morreu. Embora muitos membros de vários clãs resistissem à opressão colonial, ele culpou Tarenorerer e aos seus soldados por "quase todos os danos perpetrados". Sua morte marcou o início do fim da Guerra Negra, com vários grupos se rendendo em sequência. Com isso, não houve mais relatos de violência entre colonos e aborígenes nas áreas colonizadas da Tasmânia após janeiro de 1832.</p><p>Porém, o estrago já havia sido feito. Oficialmente, ao menos 1 mil vidas perdidas foram registradas durante o conflito: cerca de 225 colonos e entre 600 e 900 aborígenes. <strong>Tarenorerer até hoje é vista como um forte exemplo de combatente da resistência em uma guerra que seu povo acabou perdendo</strong>. Por fim, os poucos registros sobre sua existência são apenas um lembrete claro de como os colonos viam os povos indígenas como descartáveis em sua busca por ganho de capital.&nbsp;</p>

large_1.jpg

medium_1.jpg

small_1.jpg

thumbnail_1.jpg

1.jpg

Tarenorerer: a feroz rebelde que lutou contra colonizadores na Tasmânia

Descubra a intrigante vida de Daisy, Princesa de Pless, que desempenhou um papel fundamental na transformação social e cultural da Europa.

<p>Desde os esplendores do Castelo de Ksiaz até os salões da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124845-a-realeza-ja-acreditou-que-tinha-partes-do-corpo-feitas-de-vidro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alta sociedade</a> em Berlim, a história de Daisy, Princesa de Pless, é uma saga de intrigas, romance e coragem em meio aos tumultuosos acontecimentos do século XX. Embora seu nome possa não ser imediatamente reconhecível, sua influência e legado ressoam até os dias atuais, revelando uma mulher que desafiou convenções e deixou uma marca indelével na história europeia.</p><h2>Uma vida de luxo e excentricidade</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18211311110371.png" alt="Daisy, em 1891. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Daisy, em 1891. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Nascida como Mary Theresa Olivia Cornwallis-West, em 1873, no Castelo de Ruthin, no Norte do País de Gales, Daisy foi uma princesa galesa da era eduardiana que fazia parte de uma das famílias mais abastadas da Europa naquela época. Destinada desde o nascimento a uma vida de glamour e privilégios, casou com rico magnata da mineração de carvão, Hans Heinrich XV von Hochberg, Príncipe de Pless, mergulhando mundo da aristocracia alemã.</p><p>Daisy era conhecida por sua beleza, charme e estilo de vida extravagante. Ela era uma figura central nos círculos sociais e culturais da Europa da época. No entanto, a sombra da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a> pairava sobre a Europa, trazendo consigo desafios e provações inimagináveis para a realeza.</p><h2>Uma mulher à frente do seu tempo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18211720719372.jpg" alt="Memorial para Daisy, na Polônia. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Memorial para Daisy, na Polônia. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Enquanto o mundo mergulhava no caos da guerra, Daisy emergiu como uma figura de compaixão e coragem. Ela dedicou-se ao serviço humanitário, trabalhando como enfermeira e voluntária da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118676-o-que-e-o-movimento-internacional-da-cruz-vermelha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cruz Vermelha</a> para ajudar soldados feridos e prisioneiros de guerra. Sua lealdade foi posta à prova quando seu filho mais velho, Hans Heinrich, foi convocado para lutar pelo lado alemão, destacando sua posição única na sociedade.</p><p>Daisy também enfrentou desafios emocionais e pessoais durante a guerra, incluindo o isolamento social e as acusações de espionagem devido à sua nacionalidade britânica. No entanto, sua determinação e resiliência a mantiveram firme em sua missão de ajudar os necessitados, mesmo quando enfrentava hostilidade e suspeita por parte daqueles que antes a haviam recebido de braços abertos.</p><p>Em 1922, Daisy se divorciou de Hans Heinrich devido a uma série de fatores, incluindo dificuldades enfrentadas durante o conflito e mudanças políticas e sociais. Após o divórcio, Daisy mudou-se para Munique e continuou sua vida de forma independente, apesar das dificuldades financeiras e do isolamento social. Ela passou os últimos anos de sua vida em relativa obscuridade, morrendo em 1943.</p><p>O legado de Daisy, Princesa de Pless, perdura até hoje. Sua dedicação ao serviço humanitário e sua busca pela reconciliação em tempos de conflito a distinguem como uma figura notável na história europeia. Além disso, sua influência na transformação social e cultural da Europa, especialmente em áreas como educação, saúde e meio ambiente, destaca seu papel como uma pioneira visionária que desafiou as convenções de sua época.</p>

large_294571-1340798617.jpg

medium_294571-1340798617.jpg

small_294571-1340798617.jpg

thumbnail_294571-1340798617.jpg

294571-1340798617.jpg

Daisy de Pless: a princesa desconhecida que marcou a história

Para você que se interessa por curiosidades geográficas, selecionamos 4 das mais incríveis!

<p>Durante os anos em que estamos no colégio, por mais que tenhamos uma boa base de geografia, há muitos fatos que passam despercebidos. Curiosamente, esses detalhes podem nos dar uma melhor dimensão não só de como um determinado clima atua, mas também como os diferentes países se relacionam com outros, ou mesmo da forma como uma população vive. Sem contar que, em se tratando de curiosidades geográficas, elas sempre são bem-vindas.</p><h2>1. A cidade de Istambul está localizada em dois continentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18222046107006.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O Estreito de Bósforo é um dos pontos mais procurados entre aqueles que visitam a Turquia. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A cidade de Istambul, na Turquia, é lembrada por ter sido chamada de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120486-constantinopla-teria-sido-berco-do-primeiro-surto-de-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Constantinopla</a> no passado. Mas ao contrário do que muitos possam supor, ela não é a capital do país! Claro, ela foi capital durante o Império Romano do Oriente e ao longo do Império Otomano, quando atendia pelo outro nome. Mas atualmente, essa função administrativa é exercida pela cidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120464-conheca-midas-a-incrivel-gata-com-quatro-orelhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ancara</a>.</p><p>E mais um detalhe interessante para quem nunca observou essa região num mapa de maior escala: Istambul é dividida pelo Estreito de Bósforo e fica situada em dois continentes, com uma parte na Europa, e outra na Ásia, à direita.</p><h2>2. O maior deserto do mundo fica na Antártica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18222128232007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Dominada pelo clima polar, a Antártica abriga o maior deserto do mundo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Quando falamos sobre desertos, o mais fácil é vir à mente a visão de um local coberto por dunas e muito calor. Mas vale lembrar que o clima desértico, na verdade, tem relação com a aridez, ou melhor, com a baixa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119107-o-que-realmente-significa-ter-50-de-chance-de-chuva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pluviosidade</a> de um determinado local. Ou seja, há desertos que podem ser bem frios.</p><p>Vale lembrar que a amplitude térmica elevada também caracteriza os desertos, como o do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128079-4-coisas-que-voce-nao-sabia-sobre-o-deserto-do-saara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saara</a>. No entanto, o maior de todos não fica na África, mas na <a href="https://www.megacurioso.com.br/lugares-surpreendentes/99000-10-coisas-sobre-a-antartida-que-provavelmente-voce-nao-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártica</a>: são mais de 13 milhões de quilômetros quadrados nesse continente abrangidos por esse clima extremo. No Ártico, por sua vez, temos o segundo maior deserto.</p><h2>3. O deserto mais seco e árido do mundo está na América do Sul</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18222234790008.jpg" alt="A ausência de nuvens contribuiu para que o deserto do Atacama fosse escolhido para a observação do espaço. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A ausência de nuvens contribuiu para que o deserto do Atacama fosse escolhido para a observação do espaço. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Ao continuar abordando os desertos, ainda há outro fato interessante: o deserto mais seco do mundo também não está localizado na África. O local onde menos chove no mundo e que apresenta o clima desértico está bem próximo a nós, aqui na América do Sul.</p><p>Trata-se do deserto do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128299-lagoas-de-microbios-sao-descobertas-no-deserto-do-atacama.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Atacama</a>. Para quem se pergunta sobre os motivos para isso, dentre os fatores locais, há um que se destaca: a corrente de Humboldt, que se origina perto da Antártica, desloca-se em direção ao Pacífico, desviando do Chile nessa porção mais elevada.</p><p>Inclusive, os últimos registros de chuva no Atacama datam de 2015 e 2017, e por terem sido os primeiros em 500 anos, provocaram uma extinção em massa de diversas espécies microbianas, segundo um estudo publicado na <i>Scientific Reports</i>.</p><h2>4. O vulcão mais antigo do mundo fica no Brasil</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18222729896013.jpg" alt="O vulcão mais antigo do mundo se formou há 1,9 bilhão de anos atrás e está localizado no estado do Pará. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O vulcão mais antigo do mundo se formou há 1,9 bilhão de anos chegou a apresentar 400 metros de altura. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Quanto às atividades sísmicas, o Brasil é considerado um país <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121430-ja-existiram-vulcoes-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">geologicamente estável</a> — ou seja, os vulcões estão inativos e os terremotos não costumam dar as caras por aqui. Mas como a porção continental em que estamos localizados possui uma formação bastante antiga, acabou que o Brasil é o local que apresenta o vulcão mais antigo do mundo.</p><p>E onde ele fica? Por incrível que pareça, ele está localizado na Amazônia, entre os rios Tapajós e Jamanxim, e possui 1,9 bilhão de anos. Mas assim como os demais vulcões do país, ele teve a sua área continuamente sedimentada e, portanto, perdeu altura. Essa descoberta é relativamente recente e foi realizada por geólogos da Universidade de São Paulo (USP), em 2002.</p>

large_GettyImages-1138174197.jpg

medium_GettyImages-1138174197.jpg

small_GettyImages-1138174197.jpg

thumbnail_GettyImages-1138174197.jpg

GettyImages-1138174197.jpg

4 curiosidades geográficas quase inacreditáveis (mas verdadeiras!)

O Manuscrito Voynich continua a desafiar os limites da criptografia, intrigando pesquisadores e entusiastas há séculos.

<p>O Manuscrito Voynich é uma das relíquias mais enigmáticas da história medieval, desafiando especialistas e curiosos desde sua descoberta. Esse códice, repleto de ilustrações detalhadas e texto aparentemente incompreensível, tem resistido a todas as <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/112076-manuscrito-voynich-nem-inteligencia-artificial-consegue-decifra-lo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tentativas de decodificação</a> ao longo dos anos. Sua origem, propósito e até mesmo a língua em que foi escrito permanecem envoltos em mistério, alimentando teorias que variam desde o código secreto de uma civilização perdida até um elaborado engano.</p><h2>Origem e contexto histórico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><p><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14233428778000.jpg" alt="Estudiosos acreditam que o manuscrito foi escrito na Europa, durante a era medieval. (Fonte: Getty Images/Reprodução)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>Estudiosos acreditam que o manuscrito foi escrito na Europa, durante a era medieval. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</p></figure><p>O Manuscrito Voynich foi descoberto pelo livreiro Wilfrid Voynich em 1912, na biblioteca de um convento na Itália. Estima-se que tenha sido produzido <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125423-como-era-a-vida-de-uma-pessoa-comum-na-europa-da-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">no século XV</a>, mas seu autor e o propósito original de sua criação permanecem desconhecidos. Composto por aproximadamente 240 páginas, o códice contém ilustrações de plantas desconhecidas, diagramas astronômicos e figuras humanas, além de um texto indecifrável que desafia todas as tentativas de tradução.</p><p>Os estudiosos acreditam que o manuscrito foi escrito na Europa, dada a semelhança de sua arte com outras obras da época, mas sua verdadeira origem continua um mistério. Enquanto alguns teóricos sugerem que o códice pode ter sido uma obra de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102468-conheca-a-historia-da-alquimista-que-deu-origem-ao-termo-banho-maria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alquimistas</a> ou herbalistas medievais, outros propõem que ele poderia ser uma elaborada farsa criada para enganar compradores incautos.</p><h2>Desafios de interpretação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><p><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14233804283001.jpg" alt="Uma das páginas do manuscrito. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Voynich_Manuscript_(129).jpg"> Wikimedia Commons </a>Uma das páginas do manuscrito. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</p></figure><p>Desde sua descoberta, o Manuscrito Voynich tem sido alvo de inúmeras tentativas de interpretação por criptógrafos, linguistas e entusiastas. No entanto, todas as abordagens tradicionais, incluindo análises estatísticas, comparações com idiomas conhecidos e tentativas de identificar padrões linguísticos, falharam em produzir resultados conclusivos. O texto parece desafiar as regras gramaticais e estruturais de qualquer idioma conhecido, levando alguns a especular que ele poderia ser uma língua artificial ou mesmo uma forma de escrita codificada.</p><p>Recentemente, o pesquisador Stefan Guzy mergulhou nos arquivos do Sacro Império Romano-Germânico e descobriu informações sobre a posse anterior do misterioso manuscrito, revelando detalhes inéditos sobre sua história e origem. Contudo, seu conteúdo permanece tão indecifrável quanto no dia em que foi descoberto.</p><p>Alguns pesquisadores continuam a buscar respostas para os enigmas do livro. No entanto, independentemente de sua origem e propósito, o códice continua a ser uma janela fascinante para a história e a criptografia medieval, desafiando-nos a reconsiderar o que pensamos saber sobre o passado.</p><p>O Manuscrito Voynich permanece como um dos maiores enigmas não resolvidos da história, desafiando nossa compreensão da linguagem, da cultura e da criptografia medieval. Sua complexidade e mistério continuam a atrair a atenção de estudiosos e curiosos, garantindo que sua história não seja esquecida. Enquanto o códice permanecer indecifrável, seu legado como um dos artefatos mais enigmáticos da história da humanidade está assegurado, inspirando gerações futuras a continuarem a busca pela verdade por trás de seus símbolos enigmáticos.</p>

large_manuscrito-voynich-uma-jornada-indecifravel-pela-historia-medieval-thumb.png

medium_manuscrito-voynich-uma-jornada-indecifravel-pela-historia-medieval-thumb.png

small_manuscrito-voynich-uma-jornada-indecifravel-pela-historia-medieval-thumb.png

thumbnail_manuscrito-voynich-uma-jornada-indecifravel-pela-historia-medieval-thumb.png

manuscrito-voynich-uma-jornada-indecifravel-pela-historia-medieval-thumb.png

Manuscrito Voynich: uma jornada indecifrável pela história medieval

Descubra como dados dos experimentos nazistas ainda influenciam a ciência atual

<p>Os horrores dos campos de concentração durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> são bem conhecidos, mas poucos aspectos são tão perturbadores quanto os experimentos médicos cruéis realizados pelos nazistas em prisioneiros inocentes.</p><p>Entre esses experimentos, os estudos de hipotermia realizados em Dachau por Sigmund Rascher destacam-se como um dos exemplos mais chocantes de abuso científico e desumanidade. Embora marcados pela crueldade e atrocidades, essas experiências continuam sendo citadas e utilizadas atualmente, levantando profundas questões éticas sobre a validade e o uso de dados obtidos sob circunstâncias tão abomináveis.</p><h2>Os experimentos de Rascher em Dachau</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14214633242023.jpg" alt="Portão de entrada do Campo de Concentração, em Dachau. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>ortão de entrada do Campo de Concentração, em Dachau. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Os experimentos de hipotermia conduzidos por Sigmund Rascher em Dachau entre 1942 e 1943 foram destinados a salvar a vida dos pilotos da Luftwaffe que caíam no Mar do Norte. Rascher e seus assistentes submeteram prisioneiros, principalmente soviéticos, a condições extremas de frio, incluindo imersão em água gelada e exposição ao frio intenso por longos períodos. Segundo testemunhas, os prisioneiros passavam por situações cruéis e torturantes, sem nenhum rigor científico, enfrentando desde extremidades congeladas até morte agonizante.</p><p>Apesar do repúdio generalizado aos métodos e práticas empregados na época, é surpreendente notar que os dados obtidos nessas circunstâncias continuam a ser citados e utilizados em pesquisas científicas. Pesquisadores argumentam que, apesar das circunstâncias abomináveis, os dados fornecidos por <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/98216-polemica-as-macabras-pesquisas-nazistas-contribuiram-para-a-ciencia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esses experimentos</a> ainda são usados devido à sua singularidade e à falta de alternativas.</p><h2>Debate ético em andamento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14215038891024.jpg" alt="Um dos experimentos de Sigmund Rascher, em Dachau. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)"><figcaption>Um dos experimentos de Sigmund Rascher, em Dachau. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O uso contínuo dos dados dos experimentos de hipotermia nazistas desencadeou debates acalorados sobre ética na pesquisa médica. Enquanto alguns pesquisadores argumentam que é imperativo aproveitar todos os recursos disponíveis para avançar no conhecimento médico e salvar vidas, outros levantam preocupações éticas sobre a legitimidade e o respeito às vítimas desses experimentos.</p><p>Além da questão ética, análises recentes têm questionado a validade científica dos resultados obtidos por Rascher. A descoberta de erros, inconsistências e fabricações nos relatórios levanta sérias dúvidas sobre a confiabilidade dos dados e sua aplicabilidade científica. Essas falhas comprometem a credibilidade dos resultados, sugerindo que muitas das conclusões tiradas dos experimentos podem ser imprecisas ou mesmo falsas.</p><p>Os experimentos de hipotermia <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128030-qual-e-a-ligacao-entre-a-fanta-e-o-nazismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazista</a> permanecem como um dos exemplos mais perturbadores da brutalidade humana e da falta de ética na pesquisa médica. Embora os horrores desses testes sejam indiscutíveis, é surpreendente e perturbador que os dados obtidos ainda sejam utilizados e citados atualmente.</p><p>Esse fenômeno levanta questões profundas sobre a ética na pesquisa médica e nos lembra da importância de honrar as vítimas dessas atrocidades. Enquanto continuamos a avançar no conhecimento científico, é crucial fazê-lo de maneira ética e respeitosa, reconhecendo e aprendendo com os erros do passado para garantir um futuro mais humano e compassivo na medicina e na ciência.</p>

large_KZDachau1945.jpg

medium_KZDachau1945.jpg

small_KZDachau1945.jpg

thumbnail_KZDachau1945.jpg

KZDachau1945.jpg

O legado controverso dos experimentos de hipotermia nazista

Amostras de gelo na Antártica fornecem evidências do massacre de indígenas ocorrido nas Américas no período das Grandes Navegações.

<p>Você sabia que o gelo da Antártica pode revelar como muitos acontecimentos do passado se desdobraram? Assim como diversas superfícies, o tempo as molda e, ao mesmo tempo, contribui com que depósitos de materiais variados se acumulem gradativamente.</p><p>Mas a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118566-antartica-ou-antartida-qual-o-nome-correto-do-continente-gelado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antártica</a> apresenta um fator que contribui bastante para que suas porções continentais forneçam registros tão ricos do passado terrestre: o continente não foi povoado e, além disso, o gelo mantém as evidências intactas.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18000815742005.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Amostras de gelo da Antártica foram coletadas para análise. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Análise das amostras de gelo da Antártica</h2><p>Para se ter uma ideia do quão longe diversas análises podem ir, a partir da coleta de gelo de áreas mais profundas, pesquisadores conseguem saber não só como era o clima de uma determinada época, mas também visualizar como evoluiu a emissão de poluentes pelo homem a partir da revolução industrial, marco histórico que representa o início da ação antropogênica sobre o clima.</p><p>Ou seja, esses estudos, conjuntamente, fornecem informações que suprem lacunas, além de complementar dados de medições antes que as médias de temperaturas fossem registradas. As bolsas de ar comprimidas no gelo são consideradas valiosas justamente por isso. Com elas, até mesmo o impacto de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126877-erupcao-vulcanica-pode-ter-causado-a-era-da-terra-bola-de-neve-ha-700-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">erupções</a> vulcânicas pode ser estimado.</p><p>Em relação ao processo de colonização das Américas, ocorrido a partir das Grandes Navegações, não é diferente: em menos de 150 anos da chegada dos europeus, estima-se que 56 milhões de indígenas que habitavam o continente morreram. E as amostras de gelo, por sua vez, fornecem evidências das mudanças na atmosfera ocorridas nesse período.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/18/18000953165006.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Apesar das emissões de poluentes serem fruto de processos ocorridos após a colonização da América, mudanças na vegetação do continente deixaram registros. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Mudança na composição da atmosfera foi súbita, aponta estudo</h2><p>O estudo que se aprofundou nessa descoberta, em particular, fornece um dado novo envolvendo a colonização da América. O contato entre os europeus e os povos nativos, além dos conflitos diretos, fez com que uma série de doenças se espalhasse entre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118460-onde-vivem-os-indigenas-brasileiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a>, como o sarampo, a varíola e a gripe, aniquilando-os uma vez que não tinham desenvolvido <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118774-o-que-e-o-sistema-imunologico-e-como-ele-funciona.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imunidade</a>.</p><p>Mas neste caso, essa morte foi registrada de uma forma atípica: com o declínio populacional, as áreas de florestas destruídas pelas ocupações indígenas voltaram a crescer, afinal, elas foram abandonadas em larga escala. Assim, mais gás carbônico era absorvido pela vegetação que nascia, e menos poluentes pairavam sobre a atmosfera. Essa mudança é justamente a que foi registrada nesse período em amostras de gelo da Antártica.</p><p>O artigo, publicado na revista <i>Nature Communications,</i> aponta que essa redução de poluentes se deu de forma súbita por volta de 1610, conforme indicam amostras do núcleo de gelo de Skytrain Ice Rise, localizado na Antártica Ocidental. A redução de gás carbônico foi de 8,0 ppm ao longo de 157 anos, sendo 0,5 ppm por década.</p><p>O degelo dessas porções isoladas, por outro lado, representa não só o risco de perda de todas essas evidências, mas também o perigo que espécies de vírus, outrora inativos, se propaguem. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123745-cientistas-despertam-virus-congelado-de-48-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sibéria</a> é outro local em que se concentram muitas destas preocupações, servindo de alerta que, infelizmente, se nada for feito para reverter as mudanças climáticas, seus efeitos e consequências serão notados por todos.</p>

História e Geografia

Novidades