Estudo mostra que, apesar do cérebro ser um tecido mole, tem propriedades típicas que o permitem ficar a salvo da deterioração em alguns casos. 

Se você já viu um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124398-cerebros-humanos-vem-diminuindo-de-tamanho-ha-3-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cérebro humano</a> no laboratório da escola, certamente deve ter tido a impressão de ser algo bem frágil, não é mesmo? Mas, acredite ou não, pesquisas recentes revelaram um mundo surpreendente de cérebros humanos preservados em diversos ambientes por pelo menos 12 mil anos. São cérebros intactos o suficiente para serem estudados, mesmo após séculos ou milênios de passagem do tempo!Tudo começou em 1982, quando trabalhadores da construção civil tropeçaram em dezenas de esqueletos humanos com cerca de 8 mil anos em um lago nos arredores de Titusville, na Flórida. O que mais surpreendeu os arqueólogos foi encontrar tecido cerebral intacto dentro de 91 crânios.&nbsp;Desde então, novas descobertas de cérebros preservados vêm ocorrendo em todo o mundo, desafiando nossa compreensão sobre a decomposição do cérebro após a morte.<h2 style="text-align:justify;">Cérebros resistentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/22/22104005160079.jpg" alt="A cientista Alexandra Morton-Hayward apresenta um cérebro preservado. (Fonte: Graham Poulter, Science/ Divulgação) "><figcaption>A cientista Alexandra Morton-Hayward apresenta um cérebro preservado. (Fonte: Graham Poulter, Science/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Um estudo liderado pela tafonomista (profissional que estuda os processos de preservação dos organismos da morte até a fossilização) Alexandra Morton-Hayward, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, revelou haver mais de 4.400 cérebros humanos preservados, datados de até 12 mil anos atrás, provenientes de todos os continentes, exceto a Antártica.&nbsp;Em uma entrevista à revista Science, Morton-Hayward explicou que o cérebro, em condições normais, tende a se decompor rapidamente <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128594-o-que-acontece-quando-nos-morremos-cientificamente-falando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">após a morte</a>. No entanto, ela encontrou exemplos de preservação em diversos ambientes, como túmulos, naufrágios e poços. Esses cérebros preservados mantêm sua arquitetura microscópica, oferecendo uma oportunidade única de explorar o passado humano.A especialista agora acredita que existam muito mais cérebros preservados do que possamos imaginar, pois muitos casos passam despercebidos durante escavações arqueológicas, afinal, as pessoas raramente procuram por cérebros.&nbsp;Além disso, seria difícil um arqueólogo dar de cara com um cérebro e logo reconhecê-los, dado que os cérebros preservados têm uma aparência peculiar. Eles são encolhidos, com cerca de um quinto do tamanho original, e têm uma consistência semelhante à do tofu.&nbsp;A coloração também tem influência do ambiente em que os cérebros foram encontrados, podendo ser desde negro até laranja brilhante, dependendo também da quantidade de ferro do solo ao redor.<h2 style="text-align:justify;">Como a preservação acontece?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/22/22104530382082.jpg" alt="A cor do cérebro preservado pode variar, a depender do ambiente onde foi encontrado. (Fonte: Alexandra Morton-Hayward, Science/ Divulgação) "><figcaption>A cor do cérebro preservado pode variar, a depender do ambiente onde foi encontrado. (Fonte: Alexandra Morton-Hayward, Science/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A pergunta que sem dúvida fica no ar é como pode ser possível que o cérebro, um tecido tão delicado, tenha resistido ao passar dos séculos em diversos tipos de lugares e continentes. Infelizmente, ainda não há uma resposta concreta e os cientistas ainda estão tentando desvendar esse mistério.&nbsp;Alguns sugerem que as condições ambientais desempenham um papel importante, enquanto outros apontam para a bioquímica única do cérebro como um possível fator de preservação. É justamente nessa segunda hipótese que a equipe de Oxford aposta.&nbsp;A turma da Dra. Morton-Hayward apontou para um processo de preservação específico do sistema nervoso central, que envolve a bioquímica única do cérebro. Eles acreditam que gorduras e proteínas presentes no cérebro formam um material recalcitrante que evita a deterioração total.&nbsp;De qualquer modo, enquanto não se descobre todos os processos envolvidos na preservação do cérebro, o que podemos dizer é que esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/fossil-de-tartarugagigante-milenar-e-encontrada-na-amazonia-brasileira" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artefatos encontrados</a> podem nos fornecer novas formas de entender nossa história evolutiva, além de identificar doenças neurológicas antigas e até mesmo compreender como era a cognição e o comportamento de nossos antepassados.&nbsp;

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Cientistas descobrem cérebros de 12 mil anos ainda preservados

Espécie de boto pode desaparecer a qualquer momento, levando à extinção uma bela e fofa espécie. 

No Golfo da Califórnia, México, existe um tesouro da biodiversidade que está à beira do desaparecimento. Trata-se das vaquitas (Phocoena sinus), os menores cetáceos do planeta, com apenas 10 indivíduos restantes. Essas criaturas, conhecidas carinhosamente como "pandas do mar", enfrentam uma luta contra o tempo devido a uma série de ameaças que incluem práticas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128900-mercado-negro-de-cavalos-marinhos-no-brasil-esta-aumentando-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesca ilegal</a> e a degradação do seu habitat.Vaquitas são pequenos por natureza — medem cerca de 1,5 metro apenas —, mas sua importância é gigantesca. Eles desempenham um papel crucial no ecossistema marinho, ajudando a manter o equilíbrio das populações de presas e contribuindo para a saúde geral dos oceanos. No entanto, a ameaça iminente de extinção paira sobre eles, demandando ação imediata e coordenada para evitar que desapareçam para sempre.<h2 style="text-align:justify;">Rede perigosa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/14/14100824942034.jpg" alt="As vaquitas acabam ficando presas nas redes de emalhar. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>As vaquitas acabam ficando presas nas redes de emalhar. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma das principais causas do declínio das vaquitas é o uso de redes de emalhar (tipo de rede que fica estendida no mar para capturar cardumes), uma prática de pesca que muitas vezes resulta no emaranhamento acidental desses animais.&nbsp;Além disso, a pesca ilegal da totoaba (Totoaba macdonaldi), um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121802-6-dos-tipos-de-peixe-mais-lindos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peixe</a> que também está em perigo crítico devido à caça predatória, tem contribuído para a redução da população de vaquitas, já que elas ficam frequentemente presas nas mesmas redes utilizadas para capturar a totoaba.&nbsp;O comércio ilegal das bexigas natatórias da totoaba, vendidas a preços exorbitantes no mercado negro, alimenta essa atividade criminosa que ameaça os dois animais. Os consumidores acreditam que essa iguaria tem poderes curativos — porém, não há qualquer evidência científica que comprove tal capacidade. A vaquita acaba "pagando o pato".&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Esforço conjunto</h2><figure class="image"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2024/03/25/25125242440221.jpg" alt="Vaquita6_Olson_NOAA.jpg" srcset="https://mega.ibxk.com.br/2024/03/25/25125242347218.jpg 245w,https://mega.ibxk.com.br/2024/03/25/25125242378219.jpg 500w,https://mega.ibxk.com.br/2024/03/25/25125242393220.jpg 750w,https://mega.ibxk.com.br/2024/03/25/25125242597227.jpg 1000w," sizes="100vw"><figcaption>Vaquitas. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure>Esforços de conservação têm sido feitos para tentar reverter esse cenário sombrio. Governos, organizações sem fins lucrativos e instituições de pesquisa tentam desenvolver e implementar estratégias eficazes de conservação. Até o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121802-6-dos-tipos-de-peixe-mais-lindos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ator Leonardo DiCaprio</a> já entrou na história, numa parceria de sua fundação com o governo mexicano, com o intuito de salvar tanto a vaquita quanto a totoaba.&nbsp;No entanto, o desafio é monumental. A resistência por parte dos interesses comerciais ilegais, juntamente com as dificuldades enfrentadas pelos defensores da conservação, cria um cenário complexo e desafiador.Para o enfrentamento, vários caminhos foram implementados. Isso incluiu a aplicação de regulamentações mais rígidas, como a proibição do uso de redes de emalhar em áreas críticas para as vaquitas, e a promoção de práticas de pesca sustentáveis que reduzam o impacto sobre esses mamíferos marinhos.Avistamentos recentes de vaquitas, incluindo um novo filhote, sugerem que ainda há uma chance de recuperação, desde que os esforços de conservação sejam intensificados e sustentados.A preservação das vaquitas não é apenas uma questão de salvar uma espécie, mas também de proteger a diversidade da vida marinha e garantir um futuro sustentável para nosso planeta e as gerações futuras. O tempo para agir é agora.

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Esse é o mamífero marinho mais ameaçado do mundo

O que era apenas um ponto distante para o Hubble, para o James Webb virou uma das galáxias mais antigas — e massivas — já detectada. 

As imagens intrigantes de pontos luminosos distantes no Universo, aparentemente pequenos à primeira vista, podem abrigar segredos notáveis. Recentemente, um desses pontos de luz capturados pelo <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/279334-telescopio-hubble-detecta-agua-atmosfera-pequeno-exoplaneta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Telescópio Espacial Hubble</a> revelou-se nada menos que uma das galáxias mais antigas já encontradas. E a estrela dessa descoberta foi o Telescópio Espacial James Webb, o "irmão mais novo" do Hubble.Se voltarmos no tempo, cerca de 13 mil milhões de anos atrás, na infância do universo, uma galáxia chamada Gz9p3 — nome dado em homenagem ao Programa GLASS e à distância do objeto medida pelo desvio em vermelho, que é z=9,3 — estava apenas começando a se formar, a uma distância tão colossal que a luz que vemos hoje foi emitida quando o universo tinha apenas 510 milhões de anos (esse número pode parecer grande para a gente, mas não é nada em termos astronômicos).<h2 style="text-align:justify;">Massiva e madura</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/21/21115722033123.jpg" alt="Gz9p3 registrada pelo James Webb. (Fonte: Boyett et al, NASA/ Divulgação)"><figcaption>Gz9p3 registrada pelo James Webb. (Fonte: Boyett et al, NASA/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>O telescópio Hubble havia detectado a galáxia Gz9p3 anteriormente, identificando apenas um ponto no espaço. Contudo, seu sucessor mais modernamente equipado, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/james-webb-complica-cosmologos-ao-confirmar-previsao-do-hubble" rel="noopener noreferrer" target="_blank">James Webb</a>, revelou detalhes importantes sobre essa galáxia.&nbsp;O que torna Gz9p3 tão especial é o fato de ser muito mais massiva e madura do que se esperava para uma galáxia tão antiga. Normalmente, galáxias em estágios tão iniciais de formação deveriam ser menos desenvolvidas, mas Gz9p3 desafia essas expectativas. Sua massa e maturidade indicam que as estrelas se formaram e evoluíram muito mais rapidamente do que imaginávamos.E se isso não bastasse para empolgar os entusiastas do espaço, a forma peculiar de Gz9p3 sugere algo ainda mais intrigante: a fusão de duas galáxias primitivas. Essa colisão cósmica em andamento é um espetáculo raro que nos ajuda a entender melhor como as galáxias se formam e evoluem ao longo do tempo.<h2 style="text-align:justify;">Análise espectral</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/21/21115950419124.jpg" alt="As galáxias estão em constante transformação em nosso Universo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>As galáxias estão em constante transformação em nosso Universo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por meio da espectroscopia — método que consiste na análise da interação entre a radiação eletromagnética e a matéria —, os pesquisadores puderam analisar a luz emitida pela galáxia, revelando uma população diversificada de estrelas, incluindo algumas muito antigas e enriquecidas com elementos pesados, como carbono, ferro e silício.Esses elementos são fundamentais porque nos contam a história das estrelas, desde sua formação até sua morte explosiva em supernovas. Encontrar uma quantidade significativa desses elementos em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128494-galaxia-mais-proxima-da-via-lactea-esconde-outra-por-tras-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">galáxia</a> tão antiga desafia ideias pré-concebidas sobre o ritmo de formação estelar no início do Universo.E para compreender esse ritmo de evolução do Universo primordial, a análise espectral deu respostas muito positivas, já que foi possível distinguir estrelas jovens de estrelas antigas.Normalmente é mais fácil observar as estrelas jovens, já que elas brilham mais, porém, essa luminosidade intensa acaba escondendo as estrelas mais antigas. Com a diferenciação entre estrelas novas e velhas, abre-se uma paisagem mais clara para os físicos entenderem os processos ocorridos.&nbsp;Agora, essas descobertas sugerem que a formação de galáxias massivas e o enriquecimento químico ocorreram de forma mais rápida — e eficiente — do que se acreditava, impulsionados por fusões galácticas. É o James Webb mais uma vez revolucionando o nosso entendimento sobre a história da formação do Universo.&nbsp;

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James Webb descobre galáxia mais massiva do início do Universo

Assim como o Círculo de Fogo do Pacífico, zona de subducção pode se formar no Atlântico e acabar dando início ao seu fim — além de gerar muitos terremotos.

Debaixo das águas do Estreito de Gibraltar, uma verdadeira batalha geológica está em andamento, e pode acabar tendo um impacto surpreendente no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123842-2-homens-e-poodle-sao-resgatados-apos-10-dias-no-oceano-atlantico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Atlântico</a>. Com base em dados computacionais em 3D, um estudo recente descobriu que uma zona de subducção embaixo do Estreito de Gibraltar está avançando e poderá invadir o Atlântico daqui a alguns milhões de anos, levando ao fechamento gradual do oceano.<h2 style="text-align:justify;">O arco de Gibraltar</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19164254761071.jpg" alt="A subducção acontece quando uma placa afunda sob outra. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>A subducção acontece quando uma placa afunda sob outra. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A zona de subducção em questão é conhecida como arco (ou trincheira) de Gibraltar e, de acordo com os geólogos, teve seu início há cerca de 30 milhões de anos na costa do Mediterrâneo, indo em direção a oeste e situada atualmente entre <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/105373-chefchaouen-conheca-a-cidade-no-marrocos-que-ha-500-anos-e-pintada-de-azul.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marrocos</a> e Portugal.&nbsp;Os pesquisadores acreditavam que o arco de Gibraltar estava inativo, pois calculavam que há pelo menos 5 milhões de anos ele estava estagnado. Contudo, o novo estudo, publicado na renomada revista Geology, mostrou que eles estavam enganados.&nbsp;Utilizando modelos computacionais avançados, os cientistas, liderados pelo geólogo João Duarte, da Universidade de Lisboa, simularam o nascimento e a evolução dessa zona de subducção. Eles de fato observaram um declínio na velocidade desse arco há cerca de 5 milhões de anos, sugerindo que realmente houve um período de inércia.Porém, essa calmaria mostrou ser, aparentemente, apenas temporária. Os dados do estudo preveem que nos próximos 20 milhões de anos o arco de Gibraltar pode retomar seu movimento para oeste, atravessando o Estreito de Gibraltar e penetrando no Atlântico. Esse processo, conhecido como "invasão de subducção", poderia ter grandes repercussões.<h2 style="text-align:justify;">Atlântico sumindo?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19164535035072.jpg" alt="O lindo litoral brasileiro poderá sumir com a "><figcaption>O lindo litoral brasileiro poderá sumir com a "morte" do Atlântico. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Se o arco de Gibraltar realmente invadir o Atlântico, poderá dar origem a um sistema de subducção semelhante ao Círculo de Fogo do Pacífico — nome dado uma série de zonas de subducção existentes nesse oceano que geram diversos vulcões e de onde nascem <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118142-terremoto-o-que-e-as-suas-causas-e-como-e-medido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terremotos</a> e tsunamis.&nbsp;Isso levaria à reciclagem da crosta oceânica no manto através da subducção, alterando significativamente a geografia e a dinâmica do Atlântico, levando esse grande oceano a ir se fechando aos poucos, até sumir de vez do mapa. Por mais que esse processo — que levará 20 milhões de anos — possa parecer tempo demais para nós humanos, em tempos geológicos é "logo ali".&nbsp;Além disso, o surgimento e o desaparecimento de oceanos não é uma novidade na história geológica da Terra.&nbsp;O <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115847-tubarao-sem-pele-e-sem-dentes-sobrevive-no-mar-mediterraneo.htm?f" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mar do Mediterrâneo</a> é hoje uma pequena lembrança do que um dia foi o imponente Mar de Tétis, um imenso oceano que surgiu na ruptura da Pangeia ainda na era Mesozoica.&nbsp;Da mesma forma, o Oceano Atlântico também se formou a partir do espalhamento das porcões de terra que formavam a Pangeia. Seguindo o esquema de Tétis, o Atlântico também reduzirá até encontrar seu fim. Faz parte da lógica terrestre.&nbsp;De um jeito ou de outro, a zona de subducção sob o Estreito de Gibraltar está longe de ser apenas uma curiosidade geológica distante. As atividades sísmicas desse tipo de formação costumam ser fortes e frequentes, o que demanda atenção para a possibilidade de termos terremotos terríveis nessa região. A natureza não brinca em serviço.&nbsp;

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Oceano Atlântico pode ser destruído por zona de subducção em alguns milhões de anos

Estudo fez uma ampla revisão científica e concluiu que sim, os ultraprocessados são altamente nocivos à saúde.

<div data-message-author-role="assistant" data-message-id="03f69918-956d-401d-91d0-10d4526e2147">Nos dias atuais, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/126786-ultraprocessados-como-nos-tornamos-refens-de-uma-alimentacao-nociva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">comida ultraprocessada</a> tornou-se uma presença onipresente em nossas vidas. Desde cereais matinais até refeições prontas, estamos cercados por esses produtos convenientes, mas potencialmente perigosos. Uma revisão abrangente, considerada a maior de sua categoria até o momento, revelou que esses alimentos estão associados a não menos que 32 efeitos adversos à saúde.&nbsp;Realizada por diversos especialistas, boa parte de instituições de ponta como a Johns Hopkins e a Universidade de Sorbonne, esta revisão vasculhou a verdadeira extensão dos danos causados pelos alimentos ultraprocessados (AUP).<h2 style="text-align:justify;">Aumento do consumo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/07/07094556850044.jpg" alt="Os ultraprocessados estão destruindo a saúde das pessoas, principalmente a dos mais pobres. (Fonte: GettyImages/Reprodução)"><figcaption>Os ultraprocessados estão destruindo a saúde das pessoas, principalmente a dos mais pobres. (Fonte: GettyImages/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Quando se trata de alimentos ultraprocessados, os números falam por si só. Mais de metade da dieta média nos EUA e no Reino Unido agora consiste nesses produtos, e para alguns, essa porcentagem pode chegar a incríveis 80%.&nbsp;E a tendência não é exclusiva desses países; ao redor do mundo, há uma mudança crescente em direção a dietas cada vez mais ultraprocessadas. Isso é especialmente alarmante quando consideramos que esses produtos são frequentemente pobres em nutrientes essenciais e ricos em aditivos e substâncias quimicamente modificadas.Os riscos associados aos AUP são amplos e variados. Doenças cardíacas, câncer, diabetes tipo 2, obesidade e até <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/243355-comida-ultraprocessada-levar-declinio-cognitivo-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">deficiências cognitivas</a> são apenas algumas das consequências negativas que podem surgir de um consumo excessivo desses produtos.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/07/07100922494049.jpg" alt="Os ultraprocessados podem ser práticos, mas sua nocividade não compensa. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Os ultraprocessados podem ser práticos, mas sua nocividade não compensa. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O estudo também destacou que o consumo exacerbado de AUP está diretamente ligada a um risco significativamente maior de morte relacionada a doenças cardiovasculares e da ocorrência de transtornos mentais como ansiedade e depressão.Embora alguns possam argumentar que os resultados da revisão não estabelecem uma relação direta de causa e efeito, a correlação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e uma série de problemas de saúde é inegável.<h2 style="text-align:justify;">Livre comércio</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/07/07102348070050.jpg" alt="Somos bombardeados por ultraprocessados a todos os momentos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Somos bombardeados por ultraprocessados a todos os momentos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Uma das principais preocupações dos especialistas é a rápida ascensão do consumo global de alimentos ultraprocessados, impulsionada por fatores comportamentais, influências comerciais e a disponibilidade crescente desses produtos. Além disso, são produzidos para ter o máximo de sabor, tornando o consumidor quase um <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/254796-comida-ultraprocessada-tao-viciante-cigarro-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">"viciado" nas substâncias químicas presentes nesses alimentos</a>.A má qualidade nutricional desses produtos, aliada aos seus métodos de processamento industrial e a forma como são forte e livremente comercializados, contribui para um quadro sombrio de impactos negativos à saúde.No entanto, é possível reverter essa tendência. A revisão aponta para a necessidade urgente de implementar políticas públicas destinadas a reduzir a exposição da população a esses alimentos nocivos.Para muitos, a dependência de AUP é uma realidade difícil de evitar. No entanto, é fundamental que avancemos na direção de uma alimentação mais saudável e equilibrada, especialmente para os grupos mais vulneráveis da sociedade. Isso exige não apenas uma mudança nos hábitos individuais, mas também ações coordenadas por parte das autoridades de saúde e reguladoras.</div>

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Alimento mortal: o impacto devastador dos alimentos ultraprocessados

Aquele café de pré-treino pode ser uma boa forma de melhorar o desempenho, mas especialistas alertam que é preciso cautela.

Para muitos de nós, uma xícara de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124296-por-que-o-cafe-ja-foi-banido-varias-vezes-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">café</a> é o combustível matinal perfeito para começar o dia. Em certos casos, algumas pessoas não conseguem sequer começar o dia sem seu gole de café matinal. Será que essa bebida, que é quase uma religião em nosso país, seria eficiente também para aumentar nosso rendimento em atividades físicas? A cafeína, encontrada naturalmente no café mas também presente em outras bebidas, tem sido estudada há décadas por seu potencial para melhorar o desempenho físico e cognitivo. É justamente essa substância a chave para entendermos o efeito do café antes do treino.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Cada corpo uma reação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13113712469146.jpg" alt="Café e exercícios: bons aliados pra uma boa saúde. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Café e exercícios: bons aliados para uma boa saúde. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A primeira coisa que você deve saber é que a cafeína afeta as pessoas de maneira diferente. Alguns de nós podemos ficar se sentindo como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124431-6-super-herois-de-quadrinhos-inspirados-em-pessoas-reais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">super-heróis</a>, prontos para enfrentar o mundo depois de um gole, enquanto outros podem se sentir um pouco agitados. E sim, existem aqueles que preferem manter distância para evitar efeitos colaterais desagradáveis, como ansiedade ou insônia.A cafeína presente no café é um estimulante natural, tendo sido associada a uma série de benefícios, desde melhorar o desempenho físico até aumentar a função cognitiva. Pesquisadores sugerem que, ao consumir cafeína antes do treino, você pode se sentir mais alerta, concentrado e até mesmo queimar mais gordura. Parece incrível, não é?Mas espere, há mais! Além de ajudar no desempenho, a cafeína também pode reduzir a percepção da dor, tornando seus treinos mais suportáveis, o que permite aguentar mais carga e mais repetições. E não pense que isso é apenas para atletas de elite; até mesmo aqueles que estão apenas começando a se exercitar podem sentir os benefícios de um pouco de cafeína antes do treino.<h3 style="text-align:justify;">Quanto eu posso beber?</h3>Como dito anteriormente, cada pessoa responde à cafeína de um jeito.&nbsp;A recomendação geral é consumir entre 3 a 6 miligramas de cafeína por quilograma de peso corporal, cerca de 60 minutos antes do exercício. Então, se você pesa 70 quilos, isso seria o equivalente a cerca de 2 a 4 xícaras de café fresco.&nbsp;Além disso, é importante que a pessoa tenha comido antes, para acomodar melhor a bebida ingerida.O ideal é começar com doses menores, até descobrir o que se adequa melhor ao seu organismo, principalmente se você for sensível à cafeína.<h2 style="text-align:justify;">Nem tudo são flores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13114042187152.jpg" alt="A cafeína em excesso pode atrapalhar o sono. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A cafeína em excesso pode atrapalhar o sono. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Consumir sua dose de cafeína cerca de uma hora antes do treino é ideal. Isso dá tempo suficiente para a cafeína entrar na corrente sanguínea e fazer efeito. Mas cuidado para não exagerar, pois a cafeína pode permanecer em seu sistema por várias horas, o que pode afetar drasticamente seu sono se você treinar tarde da noite.Pois é, como tudo na vida, há algumas desvantagens a serem consideradas.&nbsp;O café pode estimular seu sistema digestivo, causando desconforto gastrointestinal, como é o caso do estômago irritado, que vai causar dor no local e ainda pode estragar completamente o seu treino e o seu dia.&nbsp;E se você é sensível à cafeína, pode experimentar o aumento nada agradável de sintomas como nervosismo, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128505-hormonios-do-crescimento-ativam-neuronios-da-ansiedade-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ansiedade</a> e até o aumento da frequência cardíaca. Portanto, é bom avaliar bem antes de sair bebendo café à vontade.&nbsp;&nbsp;

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Café antes do treino aumenta o rendimento nos exercícios: verdade ou mito?

Nova espécie gigante, que pode ter até 40 mil anos, recebeu o nome de uma personagem de Stephen King devido a sua grandeza. 

Recentemente, uma equipe de pesquisa internacional descobriu a existência de uma espécie de tartaruga-gigante e gentil que viveu nas águas da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128565-antigas-cidades-de-2-500-anos-sao-encontradas-na-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazônia pré-histórica</a>. Uma criatura colossal com uma carapaça de 1,8 metro, maior do que qualquer tartaruga de água doce viva hoje.&nbsp;Essa criatura magnífica, que viveu milhares de anos atrás, foi nomeada de Peltocephalus maturin, em homenagem à tartaruga-gigante fictícia pertencente ao universo do autor Stephen King. Na história, a tartaruga foi responsável por "vomitar" o nosso Universo ao sentir uma dor de estômago.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Gigante de água doce</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19113037922118.jpg" alt="Mandíbula da Peltocephalus maturin (a, b e c) em comparação com a da Peltocephalus dumerilianus (d). (Fonte: GS Ferreira et al, Biology Letters/ Divulgação)"><figcaption>Mandíbula da Peltocephalus maturin (a, b e c) em comparação com a da Peltocephalus dumerilianus (d). (Fonte: GS Ferreira et al, Biology Letters/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Até então, as tartarugas de água doce de grande porte eram um tanto quanto desconhecidas, com poucos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/fossil-descoberto-na-nova-zelandia-tem-a-maior-pinca-de-caranguejo-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">registros fósseis</a> de exemplares com mais de 150 centímetros de comprimento. O fóssil encontrado mostra que há muita coisa escondida nas entranhas da Amazônia da qual não fazemos a menor ideia.&nbsp;A equipe, liderada pelo cientista brasileiro Gabriel S. Ferreira, do Centro Senckenberg para Evolução Humana e Paleoambiente da Universidade Eberhard Karls de Tübingen, na Alemanha, fez essa descoberta magnífica ao analisar uma gigantesca mandíbula fossilizada encontrada por garimpeiros numa pedreira em Porto Velho, Rondônia. Esse achado proporciona aos cientistas uma rica fonte de informações sobre essa espécie extinta.&nbsp;Com base na análise dos restos, os pesquisadores concluíram que a Peltocephalus maturin possuía uma dieta onívora e provavelmente compartilhava características com a moderna tartaruga-de-cabeça-grande-do-amazonas (Peltocephalus dumerilianus).&nbsp;Os pesquisadores estimaram que a carapaça do animal deve ter atingido os 180 centímetros, algo surpreendente, principalmente pelo fato da datação estimar que essa espécie viveu provavelmente entre 40 e 9 mil anos atrás, tempo muito mais recente do que a época que os grandes animais dominaram a Terra — mais ou menos no período do Mioceno, época entre 25 e 5 milhões de anos atrás.<h2 style="text-align:justify;">Culpa dos humanos?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/19/19114143498127.jpg" alt="Fóssil de mandíbula gigante encontrado em Rondônia. (Fonte: Senckenberg/ Divulgação)"><figcaption>Fóssil de mandíbula gigante encontrado em Rondônia. (Fonte: Senckenberg/ Divulgação)</figcaption></figure></figure>A presença dessas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124074-especie-de-tartaruga-gigante-e-descoberta-600-anos-apos-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tartarugas-gigantes</a> na mesma época em que os humanos começaram a se estabelecer na Amazônia há cerca de 12,6 mil anos sugere que esses dois grupos podem ter coexistido, talvez até tendo uma interação mais próxima do que temos registro. Afinal, se há a possibilidade das duas espécies terem habitado a mesma região por mais de mil anos, é bem difícil que elas não tenham se encontrado em algum momento da história.&nbsp;É possível que as tartarugas de água doce tenham sido uma fonte de alimento para os primeiros habitantes humanos. Contudo, esse tipo de tartaruga costuma ser muito ágil e de difícil captura, o que pode ter sido um grande problema em momentos mais remotos e sem grande quantidade de ferramentas.&nbsp;Por outro lado, os cientistas especulam que a expansão do ser humano pela região pode ter afetado a dinâmica dos bichos e contribuído para a sua extinção.&nbsp;De qualquer modo, essa descoberta ressalta a importância da pesquisa contínua nos depósitos do Pleistoceno Superior e do Holoceno Inferior da Bacia Amazônica, para que assim possamos entender melhor a história natural e a interação entre os animais pré-históricos e os seres humanos na Amazônia.

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Fóssil de tartaruga-gigante milenar é encontrada na Amazônia brasileira

A Elevação do Rio Grande, região submersa que fica a 1.200 metros da nossa costa, já foi uma ilha tropical e hoje guarda uma grande riqueza mineral.

Se você pudesse viajar no tempo, <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/266885-colapso-oceano-atlantico-alterar-corrente-regula-clima-mundo.htm">navegando pelo Oceano Atlântico Sul</a> há cerca de 40 milhões de anos, certamente iria se deparar com uma visão deslumbrante. Uma gigantesca ilha tropical emergiria majestosamente do mar, com suas montanhas imponentes e densas florestas, cercadas por praias douradas e recifes exuberantes. Essa ilha de fato existiu e ficava aqui pertinho do Brasil. &nbsp;Nomeada de Elevação do Rio Grande (ERG), essa região (que fica a milhares de metros de profundidade) era identificada apenas como uma elevação submarinha misteriosa. Mas, a partir de 2018, expedições científicas revelaram um passado incrível. Por meio de análises de sedimentos e mapeamento detalhado, os cientistas descobriram que a ERG já foi uma ilha vulcânica gigante, com características semelhantes ao interior de São Paulo.<h2 style="text-align:justify;">Sedimentos tropicais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20101956532044.jpg" alt="Formações vulcânicas contam um pouco da história da antiga ilha. (Fonte: Priyeshu Srivastava et al./ Divulgação)"><figcaption>Formações vulcânicas contam um pouco da história da antiga ilha. (Fonte: Priyeshu Srivastava et al./ Divulgação)</figcaption></figure></figure>Amostras de argila vermelha — tipo de solo que se forma apenas em ambientes terrestres e úmidos — coletadas no fundo do mar revelaram minerais típicos de ambientes tropicais, indicando que a ERG já esteve exposta ao ar livre, ou seja, já houve um solo terrestre ali.&nbsp;Imagens de alta resolução mostraram a interposição de rocha basáltica com argila vermelha no meio, indicando períodos de atividade vulcânica intercalados com eras de clima tropical. Rochas adjacentes à argila foram datadas com 44 milhões de anos, confirmando se trata da época do Eoceno (período entre 56 e 34 milhões de anos atrás), quando o clima da Terra era quente e as florestas tropicais dominavam.Além da ERG ter sido um paraíso tropical, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124470-a-africa-esta-se-partindo-em-duas-por-que.htm">ela também representa um elo perdido entre o Brasil e a&nbsp;África.</a> Sua formação e submersão estão intimamente ligadas à história geológica da região. A área foi formada por uma câmara magmática que empurrava a crosta terrestre para cima, criando vulcões e derramando lava. Com o tempo, a câmara magmática esfriou, a ERG afundou e foi submersa pelo oceano.&nbsp;Evidências sugerem que a Elevação do Rio Grande, mesmo não estando diretamente conectada ao continente, compartilhava clima e características geológicas com a região, como a "terra roxa" do interior paulista.<h2 style="text-align:justify;">Riqueza e disputa</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/20/20102145211045.jpg" alt="ERG está próxima ao Brasil da costa brasileira. (Fonte: Priyeshu Srivastava et al. / Divulgação) "><figcaption>ERG está próxima ao Brasil da costa brasileira. (Fonte: Priyeshu Srivastava et al. / Divulgação)</figcaption></figure></figure>A ERG guarda em suas profundezas um passado fascinante e um futuro incerto. Rica em minerais valiosos atualmente, como cobalto, níquel, lítio e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127825-2-maior-explosao-da-historia-do-universo-foi-registrada-este-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">telúrio</a> — itens hoje importantíssimos para as novas tecnologias —, a região desperta interesse para a exploração mineral. Logo, a exploração dessa região não tem apenas um interesse científico, mas, e principalmente, um interesse mercadológico.&nbsp;A extração desses recursos levanta questões éticas e ambientais. É fundamental investir em pesquisas para entender os impactos da exploração e garantir a preservação do meio ambiente marinho.<ul><li style="text-align:justify;">Descubra: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128396-5-coisas-excepcionalmente-curiosas-que-ja-foram-encontradas-em-ilhas.htm">5 coisas excepcionalmente curiosas que já foram encontradas em ilhas</a></li></ul>Outro ponto a ser debatido é sobre quem tem o direito de explorar a área.&nbsp; Como a Elevação do Rio Grande está situada em águas internacionais, o Brasil fez uma solicitação para estender sua plataforma continental e incluir a área da elevação.&nbsp;No entanto, as regras estabelecidas pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS, na sigla em inglês) podem complicar as coisas. Essa convenção limita o território marinho que um país pode reivindicar a apenas 200 milhas náuticas além de sua costa.De qualquer forma, como visto, teremos pela frente discussões geopolíticas e ambientais. Quando falamos em explorar recursos naturais, precisamos considerar os impactos que isso terá no ecossistema marinho. Afinal, interferir nessa área pode afetar a vida marinha, os corais e até mesmo os processos naturais essenciais para o equilíbrio do nosso planeta.Mantenha-se atualizado com os mais recentes estudos sobre a formação do nosso planeta aqui no Megacurioso. Até a breve!

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A ilha perdida: a valiosa terra submersa que fica perto do Brasil

O telescópio espacial James Webb confirma os cálculos do Hubble sobre a idade do Universo, porém aumenta a dúvida sobre a forma que a cosmologia entende o Cosmos. 

A questão da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114122-taxa-de-expansao-do-universo-pode-variar-de-um-lugar-para-outro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expansão do Universo</a> é como um daqueles quebra-cabeças que você acha que resolveu, mas de repente percebe que as peças simplesmente não se encaixam direito. Isso porque os cosmólogos têm enfrentado alguns problemas para determinar a taxa de expansão de forma definitiva, pois os modelos utilizados até o momento dão respostas diferentes.Numa forma de resolver essa divergência, uma equipe de físicos da Universidade John Hopkins resolveu utilizar o Telescópio Espacial James Webb para verificar se a medição feita pelo Telescópio Hubble estava correta. O resultado confirmou que o Hubble apontava, mas isso só gerou mais problemas.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">A Tensão de Hubble</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15115555704123.jpg" alt="O telescópio Hubble abriu os nossos olhos para o Universo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O telescópio Hubble abriu os nossos olhos para o Universo. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O primeiro passo para entender o problema gerado é conhecer aquilo que os cientistas apelidaram carinhosamente de "Tensão de Hubble".Imagine duas réguas diferentes medindo a mesma mesa e dando resultados diferentes. A Tensão de Hubble é mais ou menos isso. De forma simples, tal tensão é gerada pelo fato de existir atualmente cálculos distintos para expressar a real taxa de expansão do Universo.Para <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/273929-telescopio-hubble-identifica-planeta-tamanho-similar-terra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o Hubble</a>, o Universo, esse vasto e misterioso domínio de estrelas e galáxias, está se expandindo a uma taxa desconcertante de aproximadamente 72 quilômetros por segundo por megaparsec (o megaparsec é uma unidade astronômica equivalente a cerca de 3,26 milhões de anos-luz).&nbsp;Já para as observações feitas pela Missão Planck, tendo como base a Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas (RCFM) — uma radiação eletromagnética oriunda do início do Universo —, os cálculos apontam para um resultado totalmente diferente, algo perto de 68 quilômetros por segundo por megaparsec.&nbsp;Inicialmente, os físicos acreditavam que possivelmente os dados do Hubble estariam errados, indicando algum equívoco na interpretação de suas informações coletadas, sendo assim um erro humano.&nbsp;É justamente aqui que entra o Telescópio James Webb. A equipe da Universidade John Hopkins usou a medição feita pelo Hubble e também novos dados gerados pelo Webb a partir de estrelas variáveis Cefeidas (estrelas altamente brilhantes que pulsam continuamente, variando assim seu brilho) em galáxias distantes. Com isso, os pesquisadores eliminaram a possibilidade de erros de medição e concluíram que, ao contrário do que muitos achavam, o Hubble estava correto.<h2 style="text-align:justify;">Então o Hubble venceu?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15115509304120.jpg" alt="A real taxa de expansão do Universo ainda é um mistério. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>A real taxa de expansão do Universo ainda é um mistério. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>De forma breve, não. Na verdade, só aumentou o tamanho do problema. Com a conclusão da pesquisa, os cientistas confirmaram não apenas a precisão das medições do Hubble, mas também a existência de uma discrepância real entre diferentes métodos de medição.&nbsp;Isso abre um leque de perguntas que vai tirar as noites de sono de muitos pesquisadores nos próximos anos.Estaria a física fadada a ter de rever vários de seus conceitos? Ou seriam os cientistas que estavam observando o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114934-novo-mapa-do-universo-revela-a-violencia-do-cosmos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cosmos</a> de forma equivocada todo esse tempo? Ou será que ambos os cálculos estão certos, mostrando que existem diversas características no tecido do espaço-tempo do Universo que ainda não compreendemos direito?Como se pode ver, o que restam agora são mais perguntas do que respostas. Só com o desenvolvimento de mais pesquisas, observações e análises é que os cientistas conseguirão desvendar esse mistério.&nbsp;

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James Webb complica cosmólogos ao confirmar previsão do Hubble

Ciência mostra que existem muito mais detectores gustativos espalhados pelo corpo do que podemos imaginar

Segundo os pesquisadores, na hora de comer aquela sobremesa deliciosa, nossos receptores gustativos — <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121763-celulas-humanas-recem-descobertas-sao-cruciais-para-a-respiracao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">células</a> especializadas em detectar substâncias químicas — estão trabalhando não só na língua, mas no corpo inteiro. Desde o estômago até o nariz, passando pelos pulmões, coração e até o intestino, esses receptores estão incrivelmente ativos, desempenhando papéis cruciais em nossa fisiologia.Antes, é preciso entender que nós conseguimos sentir os gosto das comidas por causa das papilas gustativas presentes na língua, responsáveis por enviar as informações ao córtex gustativo do cérebro, gerando assim o sabor das coisas. No caso dos receptores, eles não se conectam à região gustativa do cérebro, ou seja, eles identificam que algo é doce, mas não informam isso ao nosso cérebro isso, daí a razão de não sentirmos o gosto em outros órgãos.&nbsp;<h2 style="text-align:justify;">Mar de "sabores"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06082554901010.jpg" alt="Boa parte do nosso corpo aproveita os sabores daquele maravilhoso doce de leite. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Boa parte do nosso corpo aproveita os sabores do que comemos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Estudos revelaram que diversos dos nossos órgãos internos abrigam células (receptores) que compartilham semelhanças surpreendentes com as papilas gustativas de nossa língua. Essas células, embora não sejam capazes de nos fazer saborear alimentos como a língua faz, desempenham papéis vitais em nosso corpo.Para se ter uma ideia, os receptores encontrados no intestino não apenas sentem o sabor dos alimentos, mas também desencadeiam reações que ajudam na digestão e na absorção de nutrientes. É como se fosse um sistema de alarme interno, avisando que há substâncias nocivas, indo desde toxinas até <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128218-como-evitar-que-bacterias-criem-resistencia-a-antibioticos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bactérias</a>. Com essa informação, o organismo pode agir, automaticamente, para mitigar o problema — enjoos e diarreia são exemplos dessa resposta.&nbsp;E não para por aí. As células gustativas presentes nos pulmões têm um papel crucial na proteção contra invasores indesejados, como bactérias, desencadeando respostas imunes que nos mantêm saudáveis.Já no nariz encontramos uma variedade de células gustativas que nos ajudam a identificar e reagir a substâncias amargas. O simples ato de espirrar pode ser uma resposta do seu corpo a uma substância amarga que invadiu suas vias respiratórias, protegendo-o de possíveis danos.<h2 style="text-align:justify;">Futuro para a medicina</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06082751230011.jpg" alt="Graças aos receptores de sabor, doenças como a asma poderá receber novos tratamentos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Graças aos receptores de sabor, doenças como a asma poderá receber novos tratamentos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas estão explorando como esses receptores podem ser aproveitados para tratar uma variedade de doenças. Para eles, a presença desses receptores de sabor em todo o corpo oferece oportunidades incríveis, principalmente no desenvolvimento de drogas que podem auxiliar no tratamento de diversas enfermidades.Como exemplo, a presença de receptores de sabor doce no intestino e no pâncreas tem implicações importantes para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128566-diabetes-novos-remedios-regeneram-producao-de-insulina-em-24-horas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tratamento de doenças como diabetes</a>. Essas células podem ser alvos para medicamentos que ajudam o corpo a regular melhor os níveis de açúcar no sangue, oferecendo novas esperanças para aqueles que sofrem com essa condição.Além disso, as células gustativas nos pulmões também estão se mostrando promissoras no tratamento de condições respiratórias, como a asma. Descobriu-se que algumas substâncias amargas têm a capacidade de abrir as vias aéreas, oferecendo uma alternativa eficaz aos tratamentos convencionais.Portanto, da próxima vez que você saborear algo delicioso, lembre-se de que seus receptores de sabor estão trabalhando não apenas em sua língua, mas em todo o seu corpo, desempenhando papéis vitais que vão além do simples prazer de comer.&nbsp;

Victor Soares